DANÇA CONTEMPORÂNEA - A-H



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Grupo Corpo - Dança Sinfônica

Criada para a celebração dos 40 anos de atividade do Grupo Corpo, em 2015, Dança Sinfônica se estrutura a partir do mote memorialista proposto pelo diretor artístico Paulo Pederneiras. Autor de trilhas antológicas, como 21 (1992) e Bach (1996), na primeira obra sinfônica especialmente criada para a companhia mineira de dança, Marco Antônio Guimarães funde em sofisticada trama peças inéditas e passagens musicais evocativas de balés que marcaram a história recente do Corpo. O conjunto de temas, escrito com maestria para a formação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, de 90 figuras, e interligado por engenhosas pontes musicais executadas pelo grupo Uakti, permite a Rodrigo Pederneiras passar em revista as melhores notações de todo um vocabulário que havia deixado para trás e, também, a processar, com a bagagem acumulada em décadas de exercício de desprendimento da forma, uma espécie de síntese de uma escritura coreográfica construída ao longo de 34 anos de residência na companhia.

Garimpados nos acervos particulares de profissionais que colaboraram ou exerceram algum tipo de influência na trajetória do Grupo Corpo ao longo desses 40 anos Grupo C- de bailarinos e maîtres de ballet a técnicos e camareiros -, mais de mil flagrantes fotográficos informais compõem o painel cenográfico, de 8m x 16m, que ambienta o espetáculo.

Em contraponto com o caráter cotidiano das situações ali representadas, cortinas e collants de veludo vermelho-vinho revestem as pernas do teatro e vestem as bailarinas, conferindo um discreto ar de solenidade à apresentação. 

Grupo Corpo - Ímã

O princípio de interdependência e complementaridade que rege as relações humanas serviu de ponto de partida para a criação de Ímã pelo coreógrafo Rodrigo Pederneiras. Suave e vital, trivial e estranho, o balé do Grupo Corpo é marcado pela alternância constante entre o cheio e o vazio na ocupação do espaço cênico. Solos, duos e formações maiores ou menores de grupo se constituem e se dissipam a todo momento, num jogo incessante de união e dispersão.

A trilha composta pelo + 2, trio formado por Domenico, Kassin e Moreno, sobrepõe timbres e texturas de instrumentos de origens e naturezas diversas - como a guitarra e a ocarina, ou o sinth e a cuíca - para trafegar por temas abstratos, essencialmente melódicos ou tipicamente eletrônicos, e revelar influências que vão do bossanovista João Donato, ao ícone da música afro dos anos 70 Fela Kuti, passando pelo multi-instrumentista contemporâneo japonês Cornelius.

Com refletores de leds de sete cores recém-lançados por uma empresa norte-americana, Paulo Pederneiras funda uma nova espacialidade cênica. Onde volumetria e textura adquirem uma "materialidade etérea". Porque feita de pura luz.

Aos tons inteiriços e quase bucólicos do início segue-se uma explosão de cores. Violentas, radicais, exuberantes, elas produzem, entre si ou no diálogo intenso com os figurinos de Freuza Zechmeister, combinações inusitadas e quase sempre dissonantes.

Essa poética das polaridades, moldada com a magia que se oculta na convergência entre os divergentes, na justaposição de díspares, na excitação que rodeia o atrito, confere ao balé um misto indizível de estranhamento e beleza.

Grupo Corpo - Missa do Orfanato 

Criada a partir da missa solene composta e regida por ocasião da consagração da Igreja do Orfanato, na Viena de 1768, por um Mozart que não contava ainda os treze anos completos, a Missa do Orfanato, de 1989, inscreve-se entre as obras máximas do Grupo Corpo. Estabelecendo já os primeiros códigos de uma escritura coreográfica que iria atingir sua maturidade três anos depois com 21, um divisor de águas na trajetória da companhia, Rodrigo Pederneiras transforma seu corpo de baile em uma massa de desvalidos que, na contramão do que prega o ordinário da missa católica, retrata antes a tragédia e a miséria da condição humana que o anseio de glorificação do Divino. Em estado de contrição permanente, os corpos dos bailarinos ritualizam o desamparo, o temor, o afligimento e a solidão inerentes à natureza inapelavelmente terrena e transitória da espécie humana. Na busca incessante de verticalidade, seus gestos convulsos soam como brados de misericórdia.

Em tons terrosos e cinzas, o cenário de Fernando Velloso remete à face externa de uma catedral degradada pelo tempo, mas cuja imponência persiste em reduzir-se à sua mundana e diminuta dimensão, à procissão de desesperados que perambula pelo palco seu clamor por redenção. Freusa Zechmeister lança mão de roupas cotidianas em seda e linho crus, envelhecidas e tingidas em paletas de cinza e terra, para vestir os bailarinos como um aglomerado imemorial de peregrinos. Com múltiplas gradações de amarelo e branco e fumaça cenográfica, Paulo Pederneiras envolve a cena em uma veladura que recria a luminosidade e a atmosfera típicas dos ofícios religiosos.


Grupo Corpo - Nazareth

Homenagem, em música e movimento, ao mais erudito dos compositores populares brasileiros, Ernesto Nazareth (1863-1934), o balé Nazareth, de 1993, transporta para o palco, com insuspeitado requinte, a sensualidade e a brejeirice da dança brasileira de salão. Com base na obra do genial criador do "tango brasileiro", o compositor e escritor paulista José Miguel Wisnik recorre ao conceito de espelhamento melódico para operar movimentos retrógrados que, induzidos por computador, desvendam surpreendentes e cristalinas construções musicais, numa recriação absolutamente autoral, original e contemporânea da obra de Nazareth. São comentários, citações, variações, que, bebendo sempre da mesma fonte, terminam por desaguar em outros braços de mar. O erudito e o popular se encontram e se confundem também na transcriação cinética e visual do gênio de Ernesto Nazareth (1863-1934) pela equipe de criadores do Grupo Corpo. Em consonância com a música original, Rodrigo Pederneiras engendra uma coreografia espelhada, repleta de imagens dúbias e cenas que vão e voltam, conferindo a Nazareth um tratamento espacial que se apropria da "caixa-preta" do teatro para deslizar com irresistível leveza e fluidez pelo chão de polcas, chorinhos e maxixes estendido por Wisnik e seu inspirador. Em tons de cinza, preto e branco, os figurinos de Freusa Zeichmeister têm linhas arrojadas que beiram o futurismo, e adereços que remetem à elegância do começo do século passado. O cenário de Fernando Velloso dispõe quatorze rosas tridimensionais de 1,70m de diâmetro, moldadas em tela de metal que, penduradas por fios de aço, flutuam no fundo da cena. Em tons de âmbar e pêssego, a luz de Paulo Pederneiras termina de compor a ambiência deste Nazareth pós-moderno. Que já nasceu clássico.


The Infinite Ocean - Edwaard Liang

Como dançarino, Edwaard Liang adorava estar em uma empresa, fazer parte de algo maior que ele, um participante do complexo, mental e fisicamente desafiador processo de criação de arte. Após uma grande carreira no balé e na Broadway, ele se voltou para a coreografia, um papel no qual ele não apenas participa do processo criativo, mas também o dirige. Hoje,

como coreógrafa de longa data e diretora artística do BalletMet desde 2013, Liang é conhecida por criar obras dramáticas, alimentadas por emoções extremas. Seu terceiro trabalho para o San Francisco Ballet, O oceano infinito, paira no espaço entre a vida e a morte, quando os espíritos devem deixar de lado o que os une ao mundo físico.

É uma época que ele chama de "o despertar".

Nos últimos tempos, o foco de Liang, tanto pessoal quanto profissionalmente, tem sido a espiritualidade, a vida e a morte. Quando Liang tinha 13 anos, seu pai morreu de câncer; Nos últimos anos, muitos de seus amigos enfrentaram doenças terminais.

A ideia por trás desse ballet começou a ferver quando ele recebeu uma mensagem do Facebook de um desses amigos: "Vejo você do outro lado do oceano infinito".

Liang já havia abordado o tema da vida após a morte no 13th Heaven no Singapore Dance Theatre, mas ele queria trabalhar mais com a idéia da transição para a morte.

"Muitas pessoas pensam que fantasmas ou entidades são espíritos que não podem deixar de ir ao passado e a este plano terreno, então eles ficam presos no meio", diz ele. "O conceito [do oceano infinito] é que são pessoas que, neste momento específico, estão em transição. Nem sempre pode ser o que consideramos como desviar para a luz.

Quero que seja um pouco mais caótico.

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